Oi.

Palavras ao vento.

Eu tento me manter forte.
Mas ao mesmo tempo quero não ter que parecer firme. Quero poder desabar, quero escandalizar, gritar para todos os ventos o que eu sinto. Eu quero não sentir o que eu sinto agora. Eu quero não ter que causar boas impressões. Eu quero ser chato, grosso, egoísta, egocêntrico, mimado, e quero ser muito, muito mais orgulhoso do que eu já sou. Eu aceito as condições que a vida me impõe. Mas quero não aceitá-las sem que estas me façam sentido. Nada melhor do que o tempo para fazer sarar as dores da alma, mas estas dores deixam marcas mesmo depois de todo tempo do mundo. E mesmo depois de curadas todas as feridas, não vou fazer de conta que nada aconteceu. O meu orgulho não permitirá que isso passe em branco. Eu sou orgulhoso, sim, e muito, mas devo aprender a ser mais, muito mais. Para não permitir que passem por cima de mim. Para não me deixar ser esmagado pela frieza dos outros. Eu também tenho de aprender a ser frio. Ter frieza e distanciamento dos fatos, dos sentimentos e, principalmente, daqueles que causam sofrimento. Quero não ter que fingir que está tudo bem, seja para agradar, seja para parecer forte, seja por orgulho. Quero mesmo é poder dizer que tô na merda e que o céu está cinza, quase preto. Que o sol apagou, a lua e as estrelas também.
E eu? Bem... eu... tô seguindo... tô de boa. Tentando caminhar por entre pedras e espinhos. Entre dores e agonias. Confuso, triste, magoado, decepcionado, alegre, tranquilo e essas coisas. Mas passa... tudo passa... Eu vou ficar bem. Não existe um primeiro, nem um último tombo. As vezes o tombo é lá do alto, as vezes é só um escorregão.
Mas o que se pode fazer quando a gente se engana?
Nada.
Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima e continua a vivendo.
Um abraço de urso.

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