Oi.

Um(s) dia(s) de rinite.

Noite de sexta-feita, o vento frio, seco, fino e cortante sopra com força, obrigando ele a tirar casacos, a muito tempo guardados, do guarda roupas.
Agora sim, protegido por roupas e aquecendo-se com calor humano. Roupas guardadas durante grandes períodos se enchem de pó, consequêntemente ácaros (para quem não sabe, tem seis pernas e é uma criatura maldita inimiga de deus e do diabo fugida do inferno bem pequinininha). Quando as roupas, grossas, confortáveis e cheias de ácaros começaram a se movimentar, a praga foi solta e com um movimento serelepe, todos os ácaros foram parar dentro do nariz.
Uma fungada ecoa pelo vazio.
Ele mal sabe o que lhe espera.
-- Alguém me dá uma carona lá na casa dela, nós vamo ve filme.
Colchão na sala (colchões estão para os ácaros assim como o açucar está para formigas) coberta, travesseiros, um espirro. Um pensamento de arrependimento assola a mente do rapaz. Fungadas, daquelas que ninguém gosta, uma atras da outra, e mais um espirro.
Pronto está instalada a crise.
A renite chegou.Acorda, sábado pela manhã, logo, para dar bom dia, uma sequência de 6 espirros.
-- O último deu dor nas costas. Disse o rapaz.
Nariz escorrendo, ardência, olhos vermelhos e lacrimejando, fungadas intermináveis. Durmir é uma das únicas soluções. Acorda e percebe que não ajudou muito. Espirra desesperadamente incontáveis vezes seguidas, os braços, a cabeça e as costas doem. Chega até a enxegar bolinhas lisérgicas que não existem. Borrifa em seu nariz corticóides concentrados para acalmar, volta a durmir.
Acorda espirrando, espirra até no sonho.
-- Rafa, Rafa, acorda véi, você tem que i lá na festa toca.
-- Atchooooo, atchooo. Tá, pere.
Banho, roupas de nilon (não servem para o frio), e vai tocar.
Frio, vento cortantes, roupas que não ajudam e crise instalada. Tudo isso é igual a mais de 100 espirros em uma noite.
Agora o nariz, lixado, pelos papéis que deveriam ser macios, de tanto ser limpo dói. As pernas querem desistir. Vai pra casa, deita em um sofá, pega uma coberta (edredom de nilon), dorme, e acorda na mesma posição que durmiu. O sono que você tem numa crise é algo impressionante, deveria ser estudada para os que não conseguem durmir.
Acorda no domingo, vê o sol e espirra. Dá uns espirrozinhos e entra em colapso. Comer? Impossível, já imaginou espirrar carne com arroz? Perfeitamente possivel durante uma crise. Borrifa mais corticóides em suas narinas. Vai dar uma volta. A coisa toda acalma. A dor de cabeça diminui, as bolinhas lisérgicas desaparecem, mas o nariz escorre e a mucosa interna desaparece, qualquer contato com ar é espirro. Ou seja, não respire pelo nariz e não deixe o ar se movimentar dentro dele, ou você espirra, e cada vez com mais força.
3 dias depois, só resta o nariz ardendo e lixado, as dores de cabeça, coceira dentro do nariz, corrimento nasal viscoso igual água (não dá tempo de limpar, ele escorre muito rápido), alguns epirros esparsos e um post em um blog e logo o nariz escorrendo se tranforma em obstrução nasal crônica.
Agora tá beleza.
Até a próxima crise.

Um abraço, quente e gostoso para acalentar o frio. E um especial pra minha Izinha que me aguenta espirrando e fungando. :P

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